A idéia de se considerar o museu ou espaço expositivo uma extensão da sala de aula, um laboratório da criação artística, criando dentro desse ambiente sacralizado ateliers e salas de aula onde ações de aproximação entre crianças e jovens e a arte contemporânea são postas em prática, não é novidade. A percepção de que o museu deveria propiciar à comunidade um espaço de diálogo, para que a arte não fosse tão hermética e elitista, vem da metade do século XIX. Foi em 1852, no Victoria and Albert Museum, que se criou pela primeira vez a função de arte-educador, sob a influência de Ruskin e William Morris.
No Brasil este tipo de trabalho começou a ser desenvolvido a partir da década de 1950, em museus do Rio de Janeiro. Hoje já é comum encontrarmos instituições voltadas à arte contemporânea com programas educativos bem estruturados, como é o caso do Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo, o Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba, e o Centro de Arte Contemporânea Inhotim, em Brumadinho (Minas Gerais), só para citar alguns.
Mas apesar da longa história da arte-educação em espaços expositivos, ainda vemos resistência por parte de algumas instituições acadêmicas em se aproximar de tal prática e contribuir para sua melhora. Ao contrário, o que acontece é o distanciamento acompanhado de duras críticas a qualquer iniciativa. A impressão que se tem é de que o que se quer é deixar tudo como está, a arte elitizada, e o povão ignorante, acreditando que arte é Leonardo Da Vinci, que arte é pintura e que arte é o belo.
Porém, hoje estava lendo uma entrevista com o professor de filosofia e crítico de arte Arthur Danto, sobre a filosofia da arte, e me deparei com uma afirmação muito interessante feita por ele: "(...) O museu é um fórum, e grande parte da arte tem conotações políticas. Mas há ainda um longo caminho, que se relaciona à educação, para que finalmente consigamos convencer os cidadãos a aceitarem de bom grado que seu dinheiro seja aplicado no patrocínio a um tipo de arte que eles muitas vezes acham repugnante. (...)"
Não sou eu quem está dizendo, é o Danto. Apesar de ele não falar especificamente em arte-educação dentro de espaço expositivo, acredito que a afirmação é suficiente para entendermos que na sua visão a educação tem um papel determinante na democratização da arte. Ainda mais num país como o Brasil, de sistema educacional público tão frágil e falho, principalmente no que diz respeito à arte-educação.
Leia a entrevista na íntegra e tire suas próprias conclusões:
http://www.scielo.br/pdf/nec/n73/a09n73.pdf
Saiba mais sobre:
Ruskin - http://pt.wikipedia.org/wiki/John_Ruskin
William Morris - http://pt.wikipedia.org/wiki/William_Morris
Referências bibliográficas:
- BARBOSA, Ana Mae. A imagem no ensino da arte: Anos oitenta e novos tempos. 6. ed. – São Paulo: Perspectiva, 2005.
- PEVSNER, Nikolaus. Os pioneiros do desenho moderno: de William Morris a Walter Gropius. São Paulo: Martins Fontes, 1980.
No Brasil este tipo de trabalho começou a ser desenvolvido a partir da década de 1950, em museus do Rio de Janeiro. Hoje já é comum encontrarmos instituições voltadas à arte contemporânea com programas educativos bem estruturados, como é o caso do Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo, o Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba, e o Centro de Arte Contemporânea Inhotim, em Brumadinho (Minas Gerais), só para citar alguns.
Mas apesar da longa história da arte-educação em espaços expositivos, ainda vemos resistência por parte de algumas instituições acadêmicas em se aproximar de tal prática e contribuir para sua melhora. Ao contrário, o que acontece é o distanciamento acompanhado de duras críticas a qualquer iniciativa. A impressão que se tem é de que o que se quer é deixar tudo como está, a arte elitizada, e o povão ignorante, acreditando que arte é Leonardo Da Vinci, que arte é pintura e que arte é o belo.
Porém, hoje estava lendo uma entrevista com o professor de filosofia e crítico de arte Arthur Danto, sobre a filosofia da arte, e me deparei com uma afirmação muito interessante feita por ele: "(...) O museu é um fórum, e grande parte da arte tem conotações políticas. Mas há ainda um longo caminho, que se relaciona à educação, para que finalmente consigamos convencer os cidadãos a aceitarem de bom grado que seu dinheiro seja aplicado no patrocínio a um tipo de arte que eles muitas vezes acham repugnante. (...)"
Não sou eu quem está dizendo, é o Danto. Apesar de ele não falar especificamente em arte-educação dentro de espaço expositivo, acredito que a afirmação é suficiente para entendermos que na sua visão a educação tem um papel determinante na democratização da arte. Ainda mais num país como o Brasil, de sistema educacional público tão frágil e falho, principalmente no que diz respeito à arte-educação.
Leia a entrevista na íntegra e tire suas próprias conclusões:
http://www.scielo.br/pdf/nec/n73/a09n73.pdf
Saiba mais sobre:
Ruskin - http://pt.wikipedia.org/wiki/John_Ruskin
William Morris - http://pt.wikipedia.org/wiki/William_Morris
Referências bibliográficas:
- BARBOSA, Ana Mae. A imagem no ensino da arte: Anos oitenta e novos tempos. 6. ed. – São Paulo: Perspectiva, 2005.
- PEVSNER, Nikolaus. Os pioneiros do desenho moderno: de William Morris a Walter Gropius. São Paulo: Martins Fontes, 1980.
Aee, Estêvão!
ResponderExcluirMuito boa a iniciativa do blog. Movimentemos a área e nos apoiemos pra que a coisa tenha efeito.
Saudades, meu bruxo!
Zé Benetti
Tchê, parabéns pelo blog. Bela iniciativa.
ResponderExcluirAbraço, Guga.
Ao longo da história a arte foi associada à elite. Cursos de piano, balet, pintura, grandes somas gastas em entradas para óperas, encomendas de pinturas, escondiam a ostentação, eram sinais exteriores de poder, disfarçados de refinamento cultural.
ResponderExcluirHoje, falar em "democratização" da arte desmistifica um pouco esse falso saber e tira da elite um pouco do seu precioso "bem".
Para conhecer e investir em arte hoje é necessário um esforço bem maior de frequentação do circuito e as instituições não devem esquecer desse público que tem poder aquisitivo e que pode financiar novos eventos, novos artistas e fomentar a arte.
O esforço de democratizar a arte não pode ser pensado somente aos que têm baixa renda e poucas oportunidades, nem deve ser só da iniciativa pública.
Meu querido Estevão!!!
ResponderExcluirDescobri teu blog pelo da Paulinha!!!
Vou ler com calma todos teus textos e depois te dou um retorno.
E também vou acrescentar teu blog nos meus links.
Muitas saudades de ti, guri.
Beijos mil
Laurinha
Ola! Parabéns pela iniciativa, não sei se lembra de mim,sou do MT e estive ai com vcs na 6ªBienal do mercosul....um grande abraço e fico muito feliz por ter pessoas q relamente se preocupam com a educação e a arte.Um grande abraço
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